Hólon (Grego: ὅλον, holos “todo”) é um conceito que foi desenvolvido por Arthur Koestler no livro Ghost in the Machine em 1967. Um hólon é algo que é, simultaneamente, uma parte e um todo.
Koestler propôs a palavra hólon para descrever a natureza híbrida de subtodos e partes dentro de sistemas vivos. Nessa perspectiva, os hólons existem simultaneamente como todos autocontidos em relação às suas partes subordinadas e como partes dependentes quando considerados na direção inversa.
As moléculas são compostas de átomos; as células são compostas de moléculas; os órgãos são compostos de células; os animais são compostos de células e órgãos; os animais são, também, parte do planeta Terra, que é parte do sistema solar, e assim por diante, até o infinito.

Complexo? Bom, vamos tentar ver isso assim…
Pense na palavra AMOR. Se eu tiro a letra “M” da palavra, temos AOR. AOR não faz sentido sem a letra “M”. A letra M é apenas uma parte de um todo. Mas sem essa parte o todo já não faz sentido. E, sem o todo, a Letra “M” é apenas uma letra. Isso é um exemplo bem tosco do conceito de hólon.
Aqui nós estamos interessados em identificar as diferentes partes que compõem a nossa persona diária como um todo. Os diferentes hólons que compõem a estrutura do nosso cotidiano.
De acordo com a Teoria Integral de Ken Wilber, cada hólon está inserido em uma ordem hierárquica que é entendida como “holarquia”, é isto que pretendo representar ao utilizar o diagrama de nested circles acima.
Para Wilber, holarquias são assimétricas e não lineares, pois são compostas de hólons.
Neste sentido, “holarquia” é definida como
“A sequência de partes afins que, desdobradas e em crescente integralidade, formam grandes redes – totalidades –, de maneira que a totalidade maior, ou mais abstrata, é capaz de exercer influência sobre a totalidade menor”.
Então, acima de tudo, “somos hólons dentro de hólons, estruturas dentro de estruturas e contextos dentro de contextos”.
Os hólons demonstram quatro capacidades fundamentais:
- Autopreservação (preservando sua identidade);
- Autoadaptação (mantendo o sentido de pertencimento);
- Autotranscendência (a capacidade de se transformar em algo novo e emergente – ou evolução)
- Autodissolução (pode se dissolver na mesma sequência vertical que foi criado).

A Holarquia Pessoal é uma abordagem sistêmica que nos permite visualizar os diferentes papéis que desempenhamos no dia a dia e direcionar a nossa energia para os nossos propósitos de forma consciente.
Nós, enquanto pessoas, também somos hólons que fazem parte de uma rede holárquica social.
De acordo com a Teoria Integral de Ken Wilber, existem pelo menos 4 dimensões ou perspectivas primárias por meio das quais podemos vivenciar o mundo: subjetiva, intersubjetiva, objetiva e interobjetiva.

No quadrante subjetivo – ou superior esquerdo – encontramos o mundo de nossas experiências interiores individuais: nossos pensamentos, emoções, memórias, estados mentais, percepções e sensações imediatas – em outras palavras, nosso espaço “eu”.
No quadrante intersubjetivo – ou inferior esquerdo – encontramos o mundo de nossas experiências interiores coletivas: nossos valores, significados, linguagem, relacionamentos e formação cultural compartilhados – em outras palavras, nosso espaço “nós”.
No quadrante objetivo – ou superior direito – encontramos o mundo das coisas externas individuais: nosso corpo material (incluindo o cérebro) e qualquer coisa que você possa ver ou tocar (ou observar cientificamente) no tempo e no espaço – em outras palavras, nosso espaço “isto”.
No quadrante inter-objetivo – ou inferior direito – encontramos o mundo das coisas externas coletivas: sistemas, redes, tecnologia, governo e o ambiente natural – em outras palavras, nosso espaço “istos”.

A premissa básica da teoria integral é que é impossível compreender um quadrante com uma perspectiva que não seja a do próprio quadrante. Em outras palavras, não faz sentido olhar para a dimensão subjetiva com uma lente objetiva e vice-versa. Para desenvolver uma visão integral de nós mesmos e do mundo é preciso desenvolver as 4 dimensões do modelo. Aqui nós vamos focar no quadrante subjetivo e objetivo.
Para fazer a nossa Holarquia Pessoal
nós queremos identificar os hábitos que se manifestam na nossa vida diária para atingir os diferentes propósitos que sustentam as nossas necessidades básicas, relacionais, profissionais e espirituais. O foco está no processo de auto-realização do indivíduo e nos quadrantes da subjetividade e objetividade dentro do modelo integral.
Acredito que este exercício pode nos ajudar a perceber as dicotomias que vivem em nosso ser ao tentar se organizar para desorganizar, ir da lama ao caos e do caos à lama.